O paraíso nunca foi tão mercadejado, nem o capeta tão cortejado. Uns o usam como escudo, outros como lobo mau. Enfim, sempre haverá gaiatos e cascateiros, assim tem me ensinado a vida.
Está lá, no Código Penal, que charlatanismo é prática punida. O ‘X’ da questão é definir o que, quando e como se dá o charlatanismo, tal a plêiade de charlatães dos tempos atuais. Mas, é melhor não me imiscuir em política, por óbvias limitações legais; Então, vamos lá.
Ainda menino, conheci um azarado que, ao aproximar-se de uma dona de casa, imitando a voz do rádio, que logicamente sairia do ar pelos próximos trinta minutos, quando a desavisada percebeu: lá ia o gatuno, com seu rádio e palmas para a originalidade. O mesmo não deu tanta sorte quando da Copa do Mundo de 82, pois foi roubar a antena de uma televisão em pleno jogo do Brasil e levou uma coça daquelas.
Conheci outro que vendia terrenos no céu, e não era deputado em Brasília. O malandro vendia tudo que se podia imaginar, até mesmo lotes de terra em baixa de maré. De profetas, já li muito, não só os da bíblia, os do pessimismo, mas conheço um que o chamarei de Zé Lelé.
Meio gagá, rábula de boa cepa, boêmio inveterado e cópia de Murdoch, que luta com sua agruras diárias não só para fechar o jornal toda sexta, mas também as contas no fim do mês. Cujo jornal prometo não mais ler, pois o bruxo só acerta. Tudo que falou do Governo Farid, ‘pimba’. Agora volta ele sua baterias para a pobre prefeita e o ‘boca de conflito’ não erra uma. Já xingado por prenunciar o caso, não é que o gaiato previu, em letras garrafais, todo este caos que Guarujá se encontra. E, pior. Diz ele que vai piorar. É ranzinza e tem um amigo chamado Fubá, mas que acerta tudo, acerta. Então, nesta terra que Deus deu toda a beleza do mundo, temos nosso profeta, que segue tinhoso e forte. Habemos profeta.
Luis Carlos Romazzini
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