Esta velha anedota ilustra bem o momento em que vivemos, momento em que o eleitor está qual o “louco” em cima do muro, a esperar os carros pararem com seus defeitos para dar seu veredicto. E, em poucos segundos, deixar na urna seis votos que definirão nossas vidas pelos próximos quatro anos e, no caso dos senadores, por oito anos.
O grande problema é que só nos últimos dias o eleitorado tem se dado conta da proximidade da eleição. E justiça eleitoral, com inserções ainda tímidas, começa a falar da eleição didaticamente, pois o sistema de ensino não o faz com competência, já que há universitários e outros tantos já formados que ainda não sabem as diferenças entre deputados estaduais e federais. No caso destes últimos, muita gente pensa que podem ter votos no Brasil todo.
Se souber as funções de cada parlamentar for pedir demais, não sabem o porque do Senado, nem a forma de eleição dos senadores e a necessidade da duração de seus mandatos serem de oito anos. Como nosso sistema é bicameral e por ser o Senado uma casa revisora, o que em tese propicia equilíbrio à Republica, tenho lá minhas duvidas também quanto ao equilíbrio pretendido.
Boa parte do eleitorado ainda não sabe o que é voto majoritário e voto proporcional, fator importante, pois o presidente, governadores, senadores e prefeitos precisam alcançar a maioria, diferenciando-se ainda os cargos executivos que precisam de maioria absoluta, dai a existência do segundo turno para legitimar as vitórias, já que infelizmente a direita golpista quis no passado impedir a posse de Juscelino Kubitschek, nas eleições de 1955.
Outro fator importantíssimo que está esquecido é o do quociente eleitoral, ou seja, os cálculos para eleger os deputados estaduais e federais. O desconhecimento faz com que muitos não entendam o porque um fulano com muito mais votos que outro ficar de fora, enquanto o outro se elege. Esta conta precisa ser explicada.
No caso da Assembléia Legislativa, dividem-se os votos validos do estado por 94, que é o numero de cadeiras, para chegar-se-á ao quociente para “fazer” a legenda. Imaginemos os partidos e coligações como se fosse um saco a encher de votos e a cada quociente elege-se entre os nomes das muitas vezes “saco de gatos” o que nominalmente tiver mais votos, pois o cidadão pode votar apenas nas legendas dos partidos.Aliás, como se dá também nas eleições de Vereadores.
Somados todos os votos de cada “saco” digo, partidos e coligações, sobrarão sempre vagas que serão distribuídas pelos partidos e coligações de acordo com suas sobras, lembrando que para entrar neste “rateio” tem que eleger ao menos um integrante.
Pois é, meu amigo, se conseguiu entender essa loucura eleitoral e por acaso seu carro encrencar em frente a um hospício, é melhor acolher o conselho do “louco”, pois de carros e eleições ainda entendemos pouco.
Luis Carlos Romazzini
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