Chegamos à sexta eleição direta consecutiva, sem qualquer tentativa de golpe ou decretação de Estado de Sitio. Bem verdade com muitos escândalos, mas nada que indique que possamos temer uma crise. Neste período, particularmente minha geração, assistiu a perda de poder dos militares e já faz muito que sequer as “Ordens do Dia” dos Ministros Militares são publicadas em grandes jornais. Quando muito uma fala de um milico aqui ou acolá. O fato é que a democracia a cada dia consolida-se.
Outro ponto relevante é a percepção de que o país começa a ter seus campos políticos definidos. Ou seja, o eleitorado passa a ter bases concretas para decidir em quem votar, em que pese o ainda demasiado poder do marketing e das máquinas partidárias, claramente em muitos casos ligadas à grande mídia e seus interesses econômicos, como a privataria irresponsável da tucanagem.
Por outro lado, mais que nunca, os partidos políticos, em que pese a lei da fidelidade, vêem-se diante da rebeldia de seus integrantes, pela natural dificuldade de num país continental fazerem materializar alianças nacionais numa cultura de mandonismos locais, onde o coronelismo só muda de aparência e meios, mas continua firme como sempre.
Apesar dos figurinos e dos papeis que desempenhem os candidatos, o eleitorado cada vez mais pensa no custo beneficio, no que ter ou não ter com este ou aquele candidato, se irá continuar este ou aquele programa, que faz mais e como se faz esse “mais”, para quem será direcionado o poder de intervenção do Estado na economia.
O importante é que o que o mundo ou boa parte dele desfruta há séculos estamos agora desfrutando, o poder de voto, de decidir, de manter ou tirar aqueles em poder de mando. Que as eleições sirvam ao real propósito da Republica, que é de se buscar os melhores para gerir os negócios do Estado.
Particularmente, tenho Partido e candidatura já definida. Creio firmemente que estamos no caminho do crescimento com distribuição de renda, mas o contraditório é imperioso na democracia, que sabemos que só depois da Copa do Mundo é que pensaremos em eleição, mas com certeza estamos livres, com imprensa livre, internet e tantos meios e, que só comerá gato por lebre quem quiser ou quem trocar-se por uns caraminguás.
O momento agora é de dor e sofrimento com a seleção do Dunga, mas o grande jogo está sendo todo dia colocado em campo, no campo do povo, do voto, cujo apito e a cor do cartão, cabe a cada um de nós, eleitor.
Luis Carlos Romazzini