Artigo - Fim da história

No inicio dos anos 90, Francis Fukuyama notabilizou-se por um ensaio, em que dizia que o capitalismo havia vencido a luta ideológica, pelo monopólio dos meios de produção e que, portanto, o mundo iria acomodar-se, não teríamos mais tensões, nem crises nem guerras, enfim estaríamos adentrando ao Éden pela via capitalista que não mais seria selvagem.

Nem bem secara a tinta de seus escritos e o mundo europeu viu-se na carnificina dos Bálcãs, com Sérvios, Croatas, Montenegrinos e Macedônicos matando-se uns aos outros, com os mais terríveis crimes de guerra, com centenas de milhares de estupros, limpezas étnicas etc.

Por outras partes do mundo, não foi diferente. O imperialismo assassino dos Estados Unidos atacou o ex-parceiro Saddam em 1991 e, anos depois, voltou com base em mentiras que a falida ONU fingiu acreditar, e de cujo atoleiro nunca mais conseguiu sair, nem militarmente nem economicamente, pois agora não poderão mais dar o golpe da pós-derrota no Vietnã, quando tiraram o peso ouro do Dólar.

Nesta loucura generalizada, seguem em justificadas buscas de suas bombas atômicas Norte Coreanos e Iranianos, afinal, não só o antigo clube atômico as tem, mas também Israel, Índia, Paquistão e daqui a pouco até Bin Ladem poderá adquirir a sua no mercado negro de armas.

Desde Nostradamus, muitos preconizam o fim do mundo, outros o fim da historia, até Day After Hollywood já produziu. Há denominações religiosas de Jesus Cristo dos Últimos Dias, Jim Jones encontrou o fim com seu séqüito de malucos, mas uma coisa tem ficado patente: há uma crise do sistema.

Esta crise vaga como alma penada a surpreender aqueles mais desavisados, aqueles que, vez por outra, se esquecem da “lógica da bicicleta”, que no capitalismo quer dizer que tem que pedalar sempre, se parar tem que botar o pé no chão, pé no chão ou no freio, que significa quase sempre, crise, desemprego, violências e quedas de governos.

O que temos no momento é que a crise do sistema se soma com a crise ambiental, filha da explosão demográfica, com milhões a nascerem todos os dias, especialmente nas periferias do mundo, onde exclusão social e material é a tônica. Nascem, a cada dia, mais desesperançados, desolados, sem horizontes e perspectivas.

O homem que sempre quis ser o centro das atenções do universo, que pensou sistemas, formulou teoremas, precisa ver que sua simples multiplicação indiscriminada é hoje o maior perigo à sua própria existência. Embora não seja Malthusiano, creio que chegamos ao limite de suportabilidade da terra, entramos agora na era do planejamento familiar planetário, pois a historia não pode parar.

Luis Carlos Romazzini