quarta-feira, 19 de maio de 2010

Artigo - Guarujá: zona de guerra

"Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão". Me perdoem a licença poética, mas vou desfiar a fieira nada poética de crimes envolvendo agentes políticos e que, há anos, mancham o nome de Guarujá. São roubos, denúncias, flagrantes de corrupções e assassinatos, o que fazem de nossa terra uma verdadeira zona de guerra.

Que me lembre começarei pela morte do escrutinador do pleito de 1988, que apareceu num canal todo queimado. Depois, tivemos a morte do Gilmar da Funerária. Na corrida eleitoral de 1996, tivemos tiros no comitê do Nelson Fernandes e, após a mesma eleição, tivemos a morte do Adilton, administrador da Rodoviária, do Vereador Falcão, ao meu juízo não esclarecida completamente, e, após a eleição de 2000, a morte do também Vereador Ernesto, cuja decisão judicial ainda não finalizada, mas que também ouso não crer no veredicto de primeiro julgamento.

Tivemos também o assalto ao Banespa, cuja culpa recaiu sobre o ex-prefeito, ainda preso, Ruy Gonzalez, bem como tivemos ainda o assalto à casa do ex-prefeito Maurici Mariano, já falecido. Na corrida eleitoral de 2004, tivemos o atentado ao carro do Nelson Fernandes e, após a eleição, a coisa esquentou ainda mais, pois tivemos o seqüestro da mãe do secretário Pieroni, a tentativa de assassinato do Jornalista Wagner Ramos, o caso Mensalinho e a trama gravada, na qual planejavam a minha morte, e a tentativa, quando pegaram meu carro em Vicente de Carvalho, na eleição de 2006. Tudo isso denota ser de alto risco fazer oposição a este quadro macabro.

Passada a eleição de 2006, tivemos a prisão de um assessor da deputada Haifa Madi, que era condenado em outra Comarca, tivemos por duas vezes o GAERCO invadindo a Prefeitura Municipal, na busca de provas sobre desmandos administrativos, sobre os quais deixo de falar, neste momento, pois não escreveria um artigo e sim um livro.

O pleito de 2008 foi uma farra de denúncias apócrifas, segundo se comenta à boca miúda. Tivemos assalto a comitê e tudo mais. Recentemente, a família da deputada Haifa e do ex-prefeito Farid foram presos no aeroporto, sob a acusação de estarem levando mais de uma centena de milhares de dólares para Dubai, caso que complicou-se com as gravações do delegado e ex-deputado Romeu Tuma Junior, que segundo um grande jornal da Capital houve uma tentativa de "liberar" essa dinheirama toda, cuja origem todos queremos saber.
Há poucos dias, o "seqüestro relâmpago" do todo poderoso e "Prefeito de Fato" da cidade, Ricardo Joaquim. Some-se a este o assalto à casa do ex-prefeito Farid, justamente no momento em que o mesmo se lança candidato à Deputado Federal.

Há um ditado espanhol que diz: "não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem". Começo a crer que ostentações, ligações perigosas e ambição desmedida estejam entornando o caldo da política nesta Ilha. E que há algo de podre não apenas no Reino da Dinamarca.

Luis Carlos Romazzini

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